Pesquisa da Embrapa busca soluções mais eficientes para monitorar os animais no pasto com drones.
O uso da tecnologia no agronegócio é uma tendência consolidada. Aplicativos facilitam o dia a dia no campo, startups criam inovações para contribuir com o desenvolvimento econômico e a gestão das fazendas e a internet das coisas está cada vez mais presente no cotidiano dos pecuaristas e agricultores. E outras soluções estão por vir – pesquisadores querem aperfeiçoar ainda mais o uso de drones na detecção e contagem do gado.
Jayme Garcia Arnal Barbedo, pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas-SP) e líder da equipe de pesquisadores, conta que o projeto surgiu em virtude das dificuldades dos criadores de gado em estimar de maneira precisa a quantidade de animais, o que prejudica a gestão da propriedade, e pela necessidade de uma fiscalização efetiva das áreas de fronteira para evitar o contrabando de animais – principal causa do aparecimento de focos de febre aftosa no Brasil. “Em ambos os casos, os veículos aéreos não tripulados (vants), popularmente conhecidos como drones, têm potencial para oferecer soluções efetivas tanto em termos de execução quanto de custos”, explica.
Dados coletados por drones
Para Barbedo, os drones podem ser usados como uma ferramenta valiosa de gestão. Mais do que resolver a questão da contagem do gado – objetivo principal do estudo, os vants têm potencial para detectar animais doentes, o nascimento de bezerros e até mesmo evitar roubos. “Há ainda a possibilidade, em um futuro próximo, de usar os vants para coletar medidas dos animais de modo a monitorar seu ganho de peso e indicar o melhor momento para o abate”, exemplifica.
O monitoramento permanente é ainda mais importante no caso de grandes propriedades. Os drones são capazes de cobrir extensas áreas de maneira rápida, com custo relativamente baixo comparado a outros métodos, e ainda permitem a extração de uma quantidade expressiva de informações por meio das imagens coletadas ou de sensores instalados nos equipamentos. E os pecuaristas estão interessados nos resultados do projeto.
Interesse dos pecuaristas
“Logo que foi divulgado, muitos pecuaristas começaram a nos contatar para obter mais informações sobre a tecnologia e oferecendo suas propriedades para a realização dos experimentos previstos no projeto. Esse interesse é demonstrado não somente por proprietários mais jovens, mas também por um pessoal mais experiente, que enxerga a tecnologia como uma oportunidade para melhorar suas operações e reduzir perdas. À medida que os experimentos revelarem o real potencial da tecnologia, acreditamos que haverá ainda mais interesse em investir”, ressalta.
A pesquisa é coordenada pela Embrapa Informática Agropecuária em parceria com a Embrapa Pecuária Sudeste, a Faculdade de Engenharia Elétrica e da Computação (FEEC) da Unicamp e as Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). O projeto foi aprovado para financiamento pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e terá duração de dois anos.
Fonte: pasto extraordinário